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Nota de solidariedade aos docentes em greve da UEPB e de repúdio às agressões executadas por um grupo de estudantes

Paraíba, 6 de novembro de 2015.

            A Diretoria da Associação Nacional de História – Seção Paraíba (ANPUH-PB), que possui, entre seus integrantes, professores e ex-professores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), vem a público manifestar seu apoio aos docentes em greve, que lutam em condições adversas para buscar reverter o quadro de precariedade em que se encontra esta instituição, aprofundada após os sistemáticos e autoritários cortes de seu orçamento executados pelo governador Ricardo Coutinho (PSB) desde 2011.

            Os investimentos públicos em Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia constituem uma das principais formas de superação dos dilemas sociais da Paraíba e do Brasil. A luta dos docentes em greve da UEPB faz parte de um histórico de lutas em todo o país, que têm garantido, apesar de todas as dificuldades e ameaças, universidades públicas, gratuitas, laicas e de qualidade. O instrumento de greve, último recurso a ser empregado quando todos os canais de negociação estão encerrados, é um direito legítimo de todo o trabalhador. No caso específico da greve da UEPB, assim como a recentemente finalizada greve das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), a luta se dá por condições mínimas de trabalho e de infraestrutura para uma Educação de qualidade, que venha a poder ser efetivamente transformadora.

            Neste sentido, repudiamos as tentativas de agressão física, verbal e moral que um grupo de estudantes da UEPB travou contra professores que ocupavam o prédio da reitoria no último dia 3 de novembro. Vivemos um período de avanço de forças e concepções conservadoras, de contornos fascistas, em que o recurso da violência é sacado no lugar do diálogo e do debate de ideias que zelem pela tolerância e ampliação de direitos civis, sociais e políticos. As imagens publicadas deste lamentável episódio somam-se a outros ataques à Educação no país neste ano de 2015, cujos eventos mais dramáticos ocorreram em Curitiba em fins de abril. No caso da UEPB, a violência direta foi praticada por uma pequena parte de seus próprios estudantes, que, em contrapartida, não demonstram, nestes 4 meses de greve, qualquer disposição para somar-se a um movimento em defesa da Educação Pública, a fim de garantir às futuras gerações, desde já, uma universidade ainda mais sólida.

            Nossas saudações e respeito aos que têm coragem de lutar!

Diretoria da ANPUH-PB

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