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O Museu Nacional está em chamas

O Museu Nacional está em chamas

Um incêndio de enormes proporções está destruindo milhares de anos de história do Brasil e do mundo. O Museu Nacional está em chamas. Esta é uma perda irreparável. Quando um país desqualifica sua cultura, seu conhecimento e sua ciência. Quando se congela recursos para a ciência e a educação. Quando se despreza o passado, se compromete o futuro. A falta de recursos para a segurança, para as reformas necessárias, já vinha sendo denunciada há muito tempo. Esta irresponsabilidade tem nome e endereço. A ANPUH-Brasil manifesta seu repúdio ao desprezo com que foi tratado o Museu Nacional nos últimos anos e responsabiliza todos os que deveriam ter preservado esta riqueza que agora está definitivamente perdida.

NOTA DA ANPUH-PB: Crônica de uma tragédia anunciada

Hoje, o país amanheceu devastado por mais uma tragédia. Na fatídica noite anterior, um incêndio destruiu a quase totalidade do nosso maior patrimônio museológico. À maneira das obras de ficção que representam futuros distópicos, nos quais o conhecimento e a arte são perseguidos e incendiados, nosso patrimônio cultural foi dilacerado. O Museu Nacional, que agregava o maior acervo da América Latina, tinha um custo de manutenção de 1,4 mil reais por dia, não repassados em sua integralidade desde 2015. A contar com o primeiro quadrimestre de 2018, recebeu um terço desse valor – o menor repasse dos últimos tempos. Tempos de crise, pelo progressivo desmonte dos investimentos públicos em todos os setores. Tempos de crise, pelo golpe que se abateu sobre o país, trazendo consigo cortes no orçamento que comprometem a educação, as universidades e, nesse curso, a preservação da memória.
Em agosto passado, a primeira nota da ANPUH-PB, divulgada após o Encontro Estadual de História, pontuava a indignação dos nossos associados com os cortes nos programas financiados pela CAPES, a ameaçar o fomento à ciência e à pesquisa no país. A segunda, igualmente indignada, ponderava sobre o lugar da história como disciplina escolar na educação básica, tornada não-obrigatória pela BNCC então proposta pelo Ministério da Educação.
Agora, ciência, história e memória se reencontram a demandar o nosso grito. Somamo-nos às manifestações país a fora, aos manifestos e às notas de pesar registradas por todas as associações, sindicatos e outras instituições que registram a sua indignação com essa perda irreparável; que registram o ultraje da vida em um país que não respeita a história e a memória. Que não respeita o seu povo: queima-se museus, florestas, índios, moradores de rua. A propósito, um candidato à presidência vai à TV aberta em horário nobre e anuncia seu desprezo pela história. E por desprezo do Governo Federal, o nosso mais importante museu foi devastado.
Diante do exposto, a ANPUH-PB, em respeito a uma trajetória de luta em décadas de existência vem repudiar de maneira veemente o desmonte das políticas públicas nas áreas de cultura, educação e saúde, bem como se solidarizar com os colegas que compõem o Museu Nacional, se colocando na trincheira de luta pelos direitos da maioria de nossa população.

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